O Papa Francisco afirmou que com simples gestos de misericórdia podemos cumprir uma verdadeira revolução cultural, pois as obras de misericórdia são o antídoto contra a indiferença.
Segundo o Santo Padre não basta experimentar a misericórdia de Deus; é preciso que a pessoa que a recebe se torne também sinal e instrumento dela para os outros.
Não são precisos grandes esforços ou gestos sobre-humanos. Jesus indica-nos uma estrada muito simples, feita de gestos pequenos, são as obras de misericórdia, em primeiro lugar as corporais:
“Jesus diz que cada vez que damos de comer a quem tem fome, de beber a quem tem sede, vestimos uma pessoa nua, acolhemos um forasteiro, visitamos um doente e visitamos um preso, fazemo-lo a Ele. A Igreja chamou a estes gestos ‘obras de misericórdia corporal’, porque socorrem as pessoas nas suas necessidades materiais” – disse o Papa.
No entanto, existem também as obras de misericórdia espiritual: dar bons conselhos, ensinar os ignorantes, corrigir os que erram, consolar os tristes, perdoar as injúrias, suportar com paciência as fraquezas do nosso próximo, rezar a Deus por vivos e defuntos – recordou Francisco.
Todas estas obras são o modo concreto de viver a misericórdia – declarou o Papa. Não devemos andar à procura de grandes empreendimentos e obras – referiu – o melhor é começar pelas mais simples que o Senhor nos aponta como sendo as mais urgentes. “Num mundo, infelizmente, atingido pelo vírus da indiferença, as obras de misericórdia são o melhor antídoto” – afirmou Francisco.
O Santo Padre foi ainda mais longe e considerou que com estes “simples gestos quotidianos podemos cumprir uma verdadeira revolução cultural”. Francisco recordou os muitos santos que são conhecidos não pelas “grandes obras que realizaram mas pela caridade que souberam transmitir”.
O Santo Padre deu como exemplo Santa Teresa de Calcutá que é recordada não tanto pelas muitas casas que abriu no mundo, mas porque se inclinava sobre cada pessoa que encontrava abandonada no meio da estrada para lhe devolver a dignidade – afirmou o Papa no final da sua catequese.
Nas saudações Francisco saudou também os peregrinos de língua portuguesa em particular os fiéis presentes de Cabanelas, Cervães e São Paulo e ainda os membros da Comunidade Shalom.
No final da audiência geral o Papa Francisco voltou a fazer um apelo pela paz na Síria:
“Quero sublinhar e repetir a minha proximidade a todas as vítimas do desumano conflito na Síria. É com um sentido de urgência que renovo o meu apelo, implorando, com toda a minha força aos responsáveis, a fim de que providencie a um imediato cessar-fogo, que seja imposto e respeitado, pelo menos pelo tempo necessário para consentir a evacuação dos civis, sobretudo das crianças, que estão ainda presos debaixo dos cruéis bombardeamentos.”
O Papa Francisco nesta audiência geral recordou o Dia Internacional pela Redução dos Desastres Naturais que se celebra nesta quinta-feira dia 13 de Outubro. O Santo Padre sublinhou que os efeitos dos desastres naturais “são, muitas vezes, devidos a falhas no cuidado com o ambiente por parte do homem”. Francisco apelou para uma “cultura de prevenção” para que sejam reduzidos “os riscos para as populações mais vulneráveis”.
O Papa Francisco a todos deu a sua bênção.