O presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização (Santa Sé) disse à Agência ECCLESIA que a primeira celebração do Domingo da Palavra de Deus, convocada pelo Papa, é um desafio a tirar a Bíblia da “prateleira”.
“Se puder usar uma imagem, a Bíblia não deve ser um livro que está colocado numa prateleira das nossas livrarias, cheio de pó, mas deve ser, pelo contrário, um livro para a nossa vida quotidiana”, referiu D. Rino Fischela.
A celebração é assinalada pela primeira vez este domingo, a nível mundial, com a intenção de “indicar que, pelo menos uma vez, durante o ano, toda a nossa pastoral – bispos, sacerdotes, leigos, leigas, os que estão comprometidos directamente na acção pastoral – possam desenvolver, o mais possível, esta dimensão”.
“Isto é: o primado da Palavra de Deus na vida da Igreja e também na vida de cada crente, individualmente”, precisa o presidente do Conselho Pontifício para a Nova Evangelização.
O arcebispo italiano cita o Concílio Vaticano II para indicar a centralidade da Palavra de Deus e da Eucaristia, na vida de fé dos católicos, lamentando que a primeira dimensão seja, muitas vezes, esquecida.
“Deveríamos ser capazes de voltar a pegar no texto sagrado, fazendo que se torne oração, que se torne estilo de vida”, aponta.
Rino Fisichella recorda São Jerónimo, estudioso da Bíblia, que traduziu para o latim, segundo o qual “o não conhecimento das Escrituras é ignorância do próprio Cristo”.
Se nós não pegarmos na Sagrada Escritura, com as nossas mãos, se não lermos os textos do Novo Testamento, não teremos um pleno conhecimento de Jesus Cristo. Por isso, este domingo é uma provocação, um convite, mas também um apoio, para que possamos ser capazes de recuperar a tempo”.
No Vaticano, os participantes na Missa do Domingo da Palavra de Deus vão receber uma edição especial da Bíblia, autografada pelo Papa.