O Papa apelou esta Quarta-feira ao compromisso político e social dos católicos, apresentando o exemplo do Beato José Gregório Hernández (1864-1919), médico venezuelano conhecido pela sua dedicação aos pobres.
“Que ele nos inspire ao compromisso perante as grandes questões sociais, económicas e políticas de hoje. Muitos falam, tantos falam mal, criticam e dizem que nada está bem. Mas o cristão não é chamado a isso, pelo contrário, deve ocupar-se das coisas, sujar as mãos”, disse, durante a audiência pública semanal, que decorreu na Praça de São Pedro.
José Gregório Hernández, já conhecido pela população venezuelana como santo, cuidou de vários doentes durante a pandemia de febre espanhola e acabaria por morrer atropelado, quando se deslocava à farmácia para comprar medicação para uma idosa.
“Eu, perante Deus que está presente nos pobres ao meu lado, no mundo, o que faço? Como é que me toca o exemplo de José Gregório?”, perguntou Francisco.
O beato venezuelano, que nasceu a 26 de Outubro de 1864, destacava o papel da sua mãe, algo sublinhado pelo Papa.
“São as mães que transmitem a fé. A fé transmite-se com ou em dialecto, ou seja, com a linguagem das mães, aquele dialecto que as mães sabem falar com os filhos. Vocês, mães, tenham atenção para transmitir a fé com aquele dialecto materno”, sublinhou.
Segundo Francisco, a caridade foi “a estrela que norteou a existência do Beato José Gregório”.
“Foi, antes de tudo, um médico próximo dos mais fracos, tanto que era conhecido na sua pátria como ‘o médico dos pobres’. À riqueza do dinheiro preferiu a do Evangelho, dedicando a sua existência a socorrer os necessitados”, referiu.
No final do encontro, o Papa saudou os peregrinos de língua portuguesa, especialmente o grupo vindo de Portugal.
“O testemunho do Beato José Gregório impele-nos a um compromisso concreto em favor dos mais pobres e necessitados, nos quais somos chamados a ver o próprio Jesus”, declarou.
OC