A Via Sacra desta Sexta-feira Santa, no Coliseu de Roma.

foto_08A Via Sacra desta Sexta-feira Santa, no Coliseu de Roma, não contou com qualquer alusão às polémicas recentes que estão a abalar a Igreja, mas lembrará as "traições" sofridas por Jesus na sua morte.

No texto assinado pelo Cardeal Camillo Ruini, antigo presidente da Conferencia Episcopal Italiana, são feitas referências "a quanto aconteceu efectivamente a Jesus nos dias da sua paixão".

Em entrevista ao jornal do Vaticano, "L'Osservatore Romano", o Cardeal Ruini adiantou que no centro das reflexões estarão as traições narradas nos quatro Evangelhos, que se gravaram "nas costas e no coração de Cristo".
foto_05D. Camillo Ruini assinalou que não fez nenhuma referência ao tema dos abusos sexuais sobre menores porque a resposta aos casos já foi dado pelo próprio Bento XVI, "na recentíssima carta pastoral aos católicos da Irlanda".


Na tradicional celebração de Sexta-feira Santa, presidida pelo Papa, os presentes foram confrontados com a traição de Judas, a fuga dos discípulos de Jesus e a tripla negação de Pedro.

A cerimónia transmitida por canais de televisão do mundo inteiro a partir de Roma, às 21h15. O Cardeal Camillo Ruini, de 79 anos, foi vigário do Papa para a diocese de Roma, de 1991 a 2008. João Paulo II nomeou-o por 3 vezes como presidente da Conferência Episcopal Italiana (1991, 1996 e 2001), cargo em que foi confirmado por Bento XVI em 2006 e onde se manteve até à nomeação do Cardeal Angelo Bagnasco, em 2007.

foto_07O Papa pediu a um autor diferente a redacção dos textos que servem de reflexão para cada uma das estações deste exercício de piedade cristã, que é seguido por dezenas de milhares de peregrinos com velas na mão.

Nos últimos anos, as meditações foram confiadas por Bento XVI a dois italianos e a dois arcebispos procedentes da Ásia: Cardeal Angelo Comastri (2006), arcipreste da Basílica de São Pedro; D. Gianfranco Ravasi (2007), presidente do Conselho Pontifício para a Cultura; o Arcebispo de Hong Kong, Cardeal Joseph Zen Ze-Kiun (2008); D. Thomas Menamparampil, Arcebispo de Guwahati, Índia (2009).

O próprio Joseph Ratzinger, ainda Cardeal foi responsável pelas meditações, no ano de 2005, poucos dias antes da morte do seu predecessor. Este ano, a Sexta-feira Santa coincide com o dia da morte de João Paulo II, há cinco anos.