O papa pediu perdão. Bento XVI aproveitou o encerramento do ano sacerdotal para desculpar-se em nome d toda a Igreja, às vítimas de abusos sexuais.
Roma testemunhou a celebração eucarística com o maior número de concelebrantes da sua história.
A Missa, presidida por Bento XVI, colocou um ponto final neste ano, que sua Santidade convocou para assinalar os 150 anos da morte do Santo Cura d'Ars, João Maria Vianney. Mais dados com António Estêvão, o nosso enviado especial.
O Papa se comprometeu mais uma vez - como fez durante uma visita em Malta em abril, quando encontrou com algumas vitimas de abusos - a fazer o possível para que esses crimes não mais ocorram.
"Queremos prometer que faremos todo o possível para que um tal abuso não ocorra nunca mais e que na admissão ao ministério sacerdotal, e durante o caminho de preparação a ele, faremos todo o possível para avaliar a autenticidade da vocação. Acompanharemos ainda mais os sacerdotes em seu percurso", prometeu Bento 16.
O papa também afirmou que é preciso interpretar o escândalo dos abusos como uma oportunidade para se purificar.
"Consideramos o que ocorreu como um dever de purificação, um dever que nos acompanha no futuro, com o compromisso de responder ao dom de Deus com nossa coragem e humildade."
Bastão
Em alusão aos sacerdotes que cometeram abusos, Bento 16 disse que a igreja deve usar o "bastão" contra comportamentos condenáveis, e também para defender a fé contra deturpações, como o pastor faz para proteger seu rebanho.
"A Igreja deve usar o bastão do pastor para proteger a fé contra os falsificadores e as orientações que são desorientações. O uso do bastão pode ser um serviço de amor", disse.
"Tolerar comportamentos indignos da vida sacerdotal não é amor, assim como não é amor deixar proliferar a heresia e a deturpação da fé, como se nós a inventássemos e não fosse um dom de Deus", afirmou.
O papa disse ainda que, como o pastor de ovelhas, além do bastão, o sacerdote deve também usar a vara, que serve como apoio para atravessar caminhos difíceis.
"As duas coisas são previstas no ministério da Igreja, no ministério do sacerdote", disse Bento 16, que definiu o sacerdócio como um sacramento e não um trabalho burocrático.