Bento XVI chegou hoje ao Benim, para iniciar a sua segunda viagem a África, afirmando que a "modernidade" não se pode construir "sobre o esquecimento do passado" e alertando contra a "sujeição incondicional às leis do mercado".
O Papa foi acolhido em Cotonou pelo presidente da República do Benim, Thomas Boni Yayi, e as autoridades católicas do país, para além de representantes políticos, do corpo diplomático e da sociedade civil.
No seu discurso, em francês, Bento XVI disse que a "transição para a modernidade" tem de ser "orientada com prudência para o bem de todos, evitando certos escolhos presentes no continente africano e noutras partes como, por exemplo, a sujeição incondicional às leis do mercado ou das finanças, o nacionalismo ou o tribalismo exacerbados e estéreis que se podem tornar letais".
A primeira intervenção papal alertou para "a politização extrema das tensões inter-religiosas em detrimento do bem comum, e ainda a erosão dos valores humanos, culturais, éticos e religiosos".
No Benim, "uma terra de antigas e nobres tradições", Bento XVI quis saudar os "chefes tradicionais", convidando-os a "contribuir, com a sua sabedoria e o seu conhecimento dos costumes, para a delicada transição actualmente em curso".
O Papa falou das "virtudes" que estão enraizadas "na dignidade da pessoa, na grandeza da família e no respeito pela vida".
Sobre a contribuição "específica" da Igreja Católica, "especialmente no âmbito educativo e sanitário", Bento XVI disse que pretende "assegurar a sua proximidade àquele que passa necessidade, àquele que procura Deus; fazer compreender que Deus existe e não é inútil como às vezes se procura fazer crer, mas é o amigo do homem".
"É neste espírito de amizade e fraternidade, senhor presidente, que venho ao seu país", disse, a Boni Yayi.
Bento XVI confessou o "desejo de voltar à África", após a visita que realizou aos Camarões e Angola, em Março de 2009.
Após assinalar o 40.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas do Benim com a Santa Sé e os 150 anos da sua evangelização, o Papa afirmou que a viagem serve para "entregar, em terras africanas, a exortação apostólica pós-sinodal 'Africae munus' [missão de África], cujas reflexões há-de guiar a acção pastoral das numerosas comunidades cristãs nos próximos anos".
Bento XVI apresentou ainda uma "terceira razão", de ordem "mais pessoal ou afectiva" para esta sua viagem, a vontade de homenagear o cardeal Bernardin Gantin (1922-2008), o primeiro africano a ocupar cargos de destaque na Cúria Romana.
"Durante muitos anos, trabalhámos ambos, cada qual nas próprias tarefas, ao serviço da mesma vinha: ajudámos, o melhor que pudemos, o meu predecessor, o beato João Paulo II, a exercer o seu ministério petrino", explicou, no país natal do cardeal Gantin.
"Deus abençoe o Benim", concluiu, em língua fon, falada na África ocidental.
O presidente Thomas Boni Yayi considerou a visita papal como um "privilégio" para o Benim e para a África, em geral, apresentando a sua nação como um país "laico" com "tolerância religiosa".
A viagem de Bento XVI ao Benim, entre sexta-feira e domingo, inclui passagens por Cotonou, cidade mais populosa do país, e Ajudá (Ouidah), na antiga 'Costa dos Escravos', a 40 km da capital económica.
OC
O Papa foi acolhido em Cotonou pelo presidente da República do Benim, Thomas Boni Yayi, e as autoridades católicas do país, para além de representantes políticos, do corpo diplomático e da sociedade civil.
No seu discurso, em francês, Bento XVI disse que a "transição para a modernidade" tem de ser "orientada com prudência para o bem de todos, evitando certos escolhos presentes no continente africano e noutras partes como, por exemplo, a sujeição incondicional às leis do mercado ou das finanças, o nacionalismo ou o tribalismo exacerbados e estéreis que se podem tornar letais".
A primeira intervenção papal alertou para "a politização extrema das tensões inter-religiosas em detrimento do bem comum, e ainda a erosão dos valores humanos, culturais, éticos e religiosos".
No Benim, "uma terra de antigas e nobres tradições", Bento XVI quis saudar os "chefes tradicionais", convidando-os a "contribuir, com a sua sabedoria e o seu conhecimento dos costumes, para a delicada transição actualmente em curso".
O Papa falou das "virtudes" que estão enraizadas "na dignidade da pessoa, na grandeza da família e no respeito pela vida".
Sobre a contribuição "específica" da Igreja Católica, "especialmente no âmbito educativo e sanitário", Bento XVI disse que pretende "assegurar a sua proximidade àquele que passa necessidade, àquele que procura Deus; fazer compreender que Deus existe e não é inútil como às vezes se procura fazer crer, mas é o amigo do homem".
"É neste espírito de amizade e fraternidade, senhor presidente, que venho ao seu país", disse, a Boni Yayi.
Bento XVI confessou o "desejo de voltar à África", após a visita que realizou aos Camarões e Angola, em Março de 2009.
Após assinalar o 40.º aniversário do estabelecimento das relações diplomáticas do Benim com a Santa Sé e os 150 anos da sua evangelização, o Papa afirmou que a viagem serve para "entregar, em terras africanas, a exortação apostólica pós-sinodal 'Africae munus' [missão de África], cujas reflexões há-de guiar a acção pastoral das numerosas comunidades cristãs nos próximos anos".
Bento XVI apresentou ainda uma "terceira razão", de ordem "mais pessoal ou afectiva" para esta sua viagem, a vontade de homenagear o cardeal Bernardin Gantin (1922-2008), o primeiro africano a ocupar cargos de destaque na Cúria Romana.
"Durante muitos anos, trabalhámos ambos, cada qual nas próprias tarefas, ao serviço da mesma vinha: ajudámos, o melhor que pudemos, o meu predecessor, o beato João Paulo II, a exercer o seu ministério petrino", explicou, no país natal do cardeal Gantin.
"Deus abençoe o Benim", concluiu, em língua fon, falada na África ocidental.
O presidente Thomas Boni Yayi considerou a visita papal como um "privilégio" para o Benim e para a África, em geral, apresentando a sua nação como um país "laico" com "tolerância religiosa".
A viagem de Bento XVI ao Benim, entre sexta-feira e domingo, inclui passagens por Cotonou, cidade mais populosa do país, e Ajudá (Ouidah), na antiga 'Costa dos Escravos', a 40 km da capital económica.
OC